quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Primeira avaliação da disciplina Educação e Cibercultura


UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Faculdade de Educação
Disciplina Eletiva
Professor Marco Silva
Aluno: Paulo Henrique da Silva

1 – Caracterize os três princípios da cibercultura, segundo Lemos & Lévy.
            Para os autores, os processos de “evolução cultural” contemporâneos estão alicerçados em três princípios considerados fundamentais. São eles: a liberação do pólo de emissão, a conexão planetária e a reconfiguração social, política e cultural.
Por liberação do pólo de emissão, entende-se que nesta nova configuração da sociedade as informações terão outros atores participantes; não estará mais restrito aos meios convencionais que tem um fluxo centralizado de informação. A liberação da emissão altera a relação “informacional” (um emissor > todos) para a “conversacional” (emissor <> receptor, ou ainda, todos-todos) permitindo um fluxo mais aberto de informação por ter uma circulação aberta e cooperativa. O emissor nesta fase permite que o receptor “viole” sua mensagem e inverta os papéis.
            O segundo princípio, chamado de conexão planetária ou conectividade generalizada, traz a idéia de que tudo está em rede. Nesta nova configuração das relações mediadas pelas tecnologias da informação o computador pessoal da década de 70 passa a computador coletivo, com a popularização da internet nos anos 80 e 90, e, atualmente, com as redes sem fio e os novos aparelhos para conexão à internet, temos o chamado computador coletivo móvel – que permite que o usuário fique conectado de qualquer ponto que ele esteja.
            Por fim, o terceiro princípio é denominado de reconfiguração social, política e cultural, e isso se dá a partir das práticas que emergem com as novas possibilidades criadas pela web2. 0. E geram, com isso, a transformação de estruturas sociais, instituições e práticas convencionais. Esta reconfiguração é vista, pelos autores, como uma das conseqüências da liberação do pólo de emissão.


2 – O que é “jornalismo cidadão” e quais suas possibilidades na blogosfera?
            O advento da web 2.0 trouxe novas possibilidades para tratarmos a informação. O que antes era produzido e distribuído em “bloco” fechado pelas mídias de massa, começou a ter que disputar espaço com as novas ferramentas de informação que priorizam a conversação e a circulação da palavra.
            Com a web 2.0 e seus novos ambientes de navegação, como blogs, microblogs entre outros, surge o jornalismo participativo, que compreende a participação de outros autores, mesmo sem ter formação jornalística, para a produção e divulgação da informação. O jornalista profissional não é mais imprescindível para a produção da informação, que poderá ser verificada com o número de ocorrências similares ou referências feitas em outras páginas da web.
            Vale ressaltar que, mesmo as mídias pós-massivas podem apresentar aspectos encontrados na mídia massiva. A esse exemplo, os tradicionais meios de comunicação massiva usam a internet para informar, porém, permanecem com o crivo de um editor ou jornalista responsável pela produção e divulgação da informação no mesmo sentido tradicional e comercial de sempre. Para que seja considerado jornalismo colaborativo ou jornalismo cidadão é necessário que o produtor da notícia seja o próprio usuário da web. Nesta nova configuração, o receptor passa a ter uma dupla função, pois pode interferir na mensagem do emissor. Para isso a blogosfera tem cumprido um papel de vanguarda, pois é um meio muito prático para exercer esta nova relação com a informação.

3 – Distinguir “Web 1.0 e Web 2.0”. Apresente exemplos comentados.
            A principal característica da web 1.0 é o formato informacional, onde os sites ou portais são fechados para a participação do internauta e é muito parecido com uma vitrine, onde você pode ver os produtos e serviços, mas não pode interagir com o que é exibido. As notícias e informações baseiam-se na estrutura um-todos, onde o especialista ou grupo de conhecedores de certo assunto lançam algo que não será alterado ou modificado por nenhum outro usuário. Exemplo de Web 1.0: portais ou sites como www.uerj.br, www.ufrj.br que tem um caráter informativo apenas e não há espaço para a interação com os visitantes ou usuários.
            A Web 2.0 tem como premissa principal a interatividade e conectividade entre os usuários e uma de suas marcas mais expressivas é a explosão de blogs, wikis e compartilhadores de arquivos no molde p2p (peer to peer). As informações serão geradas e modificadas pela interação dos usuários. Deve-se destacar ainda que os sites de relacionamento e as redes sociais fazem parte das ferramentas sociais mais usadas. Exemplo de Web 2.0: os wikis, que são textos criados em colaboração como outros usuários, como exemplo, Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil) e Yahoo! Respostas (http://br.answers.yahoo.com/).

9 – Que é “cidade digital” no Brasil e quais suas possíveis conseqüências sociais?
            Segundo os autores, o termo cibercidade ou cidade digital pode ser compreendido de quatro tipos diferentes:
- o primeiro tipo compreende os projetos governamentais, privados e/ou da sociedade civil que criam representações na web ou um portal de informações gerais e serviços.
- o segundo tipo faz referência à criação de uma infra-estrutura que possibilite ao cidadão o acesso à web gratuito.
- o terceiro tipo de cidade digital se refere à criação de simuladores de espaços urbanos em 3ª dimensão.
- o quarto tipo é formado por projetos que não tem a necessidade de representar um espaço físico urbano real, isto é, são desvinculados de uma cidade real.
O tipo que descreve o processo que ocorre no Brasil é o que faz referência à criação de infra-estrutura para dar acesso à internet para o cidadão. O governo vem trabalhando no sentido de ampliar o fornecimento de banda larga de internet e promover a inclusão digital. Como fruto da expansão do acesso à internet e a freqüente utilização podemos ter um cidadão pleno, participativo e interessado nas deliberações dos governos ou até mesmo das associações menores de sua cidade. Sabe-se que não deve somente buscar acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, mas priorizar um novo modelo de cidadania que tem como orientação a participação dos cidadãos nas questões referentes à administração pública que vai além do voto.