domingo, 24 de outubro de 2010

[Primeira Avaliação] Aluno: Felipe Thadeu


UERJ- Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Faculdade de Educação - Profº Marco Silva

 1/.
            Segundo Lemos & Lévy, os três princípios da cibercultura são: liberação da emissão, conexão generalizada e reconfiguração  social, cultural, econômica e política. Esses princípios podem ser caracterizados como:

-Liberação da emissão: marca a liberação do pólo de emissão, ou seja, a emissão de informação passa a ser possibilidade de todos aqueles envolvidos naquela deliberação, a comunicação passa para uma perspectiva de comunicação “todos-todos”, onde não faz mais sentido delimitar emissor e receptor (comunicação unidirecional), passando para uma visão dinâmica desta classificação (em um momento temos que o indivíduo 1 é emissor de determinada informação e em um instante seguinte ele se encontra na posição de receptor onde um indivíduo 2, agora transmite sua visão). Marcado pela emergência das vozes e discursos, anteriormente reprimidos na edição das mídias de  massa (rádio, TV, Jornal,...), ganhando então atenção.

-Conexão generalizada: é marcado pelo fato do “tudo em rede”. Segundo Lemos & Lévy essa conectividade planetária tem início com a transformação do PC (Personal Computer – Computador Pessoal) em CC (Computador Coletivo ou Computador Conectado, que ganha espaço com o surgimento e a popularização da Internet) e vêm ganhando novos contornos com o atual CC móvel (Computador Coletivo Móvel ou Computador Conectado Móvel, que ganha força com a era da computação onipresente – ubíqua – com a explosão dos celulares e redes sem fio). Tudo se comunica e está em rede: pessoas, máquinas, objetos, cidades; onde objetos dos mais diversos passam a se comunicar ao conectarem-se à Internet.


- Reconfiguração: trata-se de um processo de reconfiguração de práticas e modalidades midiáticas, inerentes em várias expressões da cibercultura, sem, porém, substituição de seus respectivos antecedentes. Esta idéia de reconfiguração vai além da remediação1 de um meio sobre o outro, pois a compreende-se mais profundamente como a transformação de estruturas sociais, instituições e práticas comunicacionais.

3/.
Jornalismo cidadão.
              Jornalismo Cidadão, ou Jornalismo Colaborativo, Jornalismo Open Source ou ainda Jornalismo Participativo é uma idéia de jornalismo na qual o conteúdo (texto + imagem + som + vídeo) é produzido por cidadãos sem formação jornalística, em colaboração com jornalistas profissionais. Esta prática se caracteriza pela maior liberdade na produção e veiculação de notícias, já que não exige formação específica em jornalismo para os indivíduos que a executam.
            ”Jornalismo cidadão”, também pode ser visto como uma teoria que traz a idéia de que qualquer indivíduo imerso em um ambiente sócio-cultural com consciência dos seus direitos (cidadão) pode expor sua indignação, insatisfação, aprovação com determinada situação ou atitude à todos os outros, ou seja, exercer um tipo de jornalismo onde a própria pessoa que esta imersa na situação seja capaz de transmitir as dificuldades/vantagens da situação enfrentadas.
            Essa teoria ganha muita força com o crescimento da cibercultura, e mais especificamente na blogosfera difundiu-se intensamente, pois, por exemplo, um indivíduo que está insatisfeito com determinada situação no local próximo a sua casa pode construir um blog e expor sua indignação com essa situação exibindo textos, imagens e vídeos a respeito, visando a denunciar à todos aquela situação. Ou seja, a blogosfera, graças a facilidade na criação de um blog, possibilita o crescimento e o desenvolvimento do jornalismo cidadão.

5/.
Imagem ilustrando a comunicação um-todos.

            A nova paisagem midiática construída com o crescimento e desenvolvimento da cibercultura, classificada por Lemos & Lévy como “pós-massiva”, é caracterizada pelas mídias de caráter colaborativo e interativo, onde ocorre a abertura do fluxo informacional, pela liberação da emissão e personalização do consumo de informação. Diferentemente da exclusividade anterior das mídias massivas como TV, rádio, entre outras, onde a seleção e transmissão do conteúdo se baseavam em um tipo de comunicação “um-todos”, onde os responsáveis pelas mídias visavam atingir a toda uma massa em uma transmissão que visasse seus interesses. Com essa idéia das mídias “pós-massivas”, a produção de conteúdos passa a ser alcançável (ou mesmo responsabilidade) de todos os envolvidos naquele ambiente cibercultural, onde qualquer pessoa que sentir necessidade pode intervir do conteúdo transmitido por outra pessoa, buscando melhorá-lo (produção coletiva/colaborativa), ou mesmo expor seus próprios conteúdos visando enriquecer o conteúdo cibercultural (comunicação “todos-todos”). Estão presentes nesse contexto como “novas mídias” a Internet, os telefones celulares, os microcomputadores, entre outras que desempenham um papel não centralizador na comunicação e incentivam o trabalho aberto, colaborativo, interativo, distributivos.
            Contudo, deve-se destacar que não se trata de um processo de substituição, mas de reconfiguração da indústria cultural. Ambas as formas de comunicação (um-todos e todos-todos) se manterão ativas, porém cada vez mais teremos liberdade para selecionar a maneira de obter as informações, além das inovadoras oportunidades de produção livre de conteúdo, marcando uma comunicação bidirecional, cooperativa e planetária.

     
Um pouco do caráter colaborativo e da comunicação todos-todos pertencentes as mídias pós-massivas.
7/.
            A palavra chave para distinguirmos Web 1.0 e Web 2.0 é interatividade.
            A Web 1.0 é marcada por endereços onde são oferecidos conteúdos (aqui entendidos como qualquer forma de transmissão de idéias: textos, imagens, vídeos, sons, músicas, podcasts, etc) para serem unicamente vistos (o visitante do endereço é mero espectador) por aquele que visita tal endereço, possuindo um caráter unidirecional e na maioria das vezes informativo. Outra característica da Web 1.0 é que esse conteúdo só pode ser disseminado por um grupo específico de pessoas, impedindo assim a interação daquele que visita o endereço. Exemplos de endereços Web 1.0 são os sites e portais, como por exemplo, http://www.uol.com.br/ (site/portal), http://odia.terra.com.br/portal/ (portal) e http://portal.cefet-rj.br/ (portal), onde o visitante encontra informações sobre notícias, interesses em diferentes nichos sociais e sobre as instituições referentes, das mais diferentes maneiras (textos, imagens e vídeos)porém não oferecem aos seus visitantes a oportunidade de comentar suas postagens ou contribuir com novas postagens.

Fluxo de conteúdo na Web 1.0 (à esquerda) e na Web 2.0 (à direita).

  

            Por outro lado, a Web 2.0 é marcada por endereços onde são oferecidos conteúdos para serem não apenas vistos, bem como comentados e também espaços onde o visitante possa construir suas próprias postagens (o visitante pode agregar conhecimento e interagir), possuindo então um caráter de construção colaborativa (vários indivíduos podem colaborar para construir um conhecimento), baseando-se da produção coletiva de conhecimento (interatividade, co-autoria). Exemplos de endereços Web 2.0 são as redes sociais, os blogs, repositórios (de vídeos, de arquivos genéricos, de músicas, de textos, entre outros), fóruns, como por exemplo, http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal (enciclopédia digital - construção e co-construção de textos) http://www.youtube.com/?gl=BR&hl=pt (repositório de vídeos), Orkut (rede social), http://www.facebook.com/ (rede social) , http://www.playfire.com/a/welcome (rede social) , http://www.4shared.com/ (repositório de arquivos genéricos) , http://girlsofwar.wordpress.com (blog) e http://forum.outerspace.terra.com.br/member.php?u=108566 (fórum). Onde, no caso dos blogs, o visitante tem a possibilidade de enviar suas opiniões/sugestões a respeito do “post” (conteúdo exposto pelo autor/autores do blog) através dos comentários ou ainda criar seu próprio blog e expor suas idéias/conteúdos. No caso dos repositórios o visitante pode também postar comentários sobre o conteúdo já existente lá (“upados” – expressão utilizada para se referir a conteúdos que partiram de um nó de rede inferior para um superior a ele (de um usuário individual para um servidor de serviços, nesse caso) e construindo a partir do termo em inglês uploaded que define tal movimentação de conteúdos) assim como postar novos conteúdos de seu interesse naquele repositório, na maioria das vezes necessitando preencher um breve e simples cadastro. No caso das redes sociais e dos fóruns, após realizar também um cadastro, o visitante pode exibir conteúdos conforme seus interesses, bem como interagir diretamente com outros visitantes.

Alguns exemplos de endereços da Web 2.0.
Referências contidas no texto

1- Remediação – é definida por Paul Levinson como o processo “antropotrópico” pelo qual as novas tecnologias das mídias tornam melhores [improve upon] ou rectificam [remedy] as tecnologias anteriores. Bolter e Grusin (2000: 273) usam remediação como lógica formal pela qual as novas mídias renovam [refashion] as formas dos mídia anteriores.

Bibliografia

-         LEMOS, A. & LÉVY,P. O futuro da Internet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. Ed. 1. São Paulo: PAULUS, 2010.
-         SANTOS, Rogério. Remediação. Disponível em: http://industrias-culturais.blogspot.com/2008/06/remediao.html . Acesso em: 24/10/2010.
-         Autor Desconhecido. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalismo_cidad%C3%A3o . Acesso em: 24/10/2010.

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